Livros
Nó corrediço (romance)
2023
Ficha técnica
Título: Nó corrediço (romance)
Autora: Geanneti Tavares Salomon
Formato: 14 x 21 cm.
Número de páginas: 120
Editora: Patuá
Link para comprar o livro aqui.
Publicado pela Editora Patuá, teve seu primeiro lançamento na Flip Paraty 2023, no dia 25 de novembro de 2023, e em Belo Horizonte, cidade natal da autora, no dia 16 de dezembro de 2023.
Sinopse do livro
Uma menina se vê perdida em um posto de gasolina à beira de uma estrada. Uma escolha inevitável se aproxima. No desolado cenário de Nó Corrediço, somos lançados em um mundo no qual a fragilidade de uma criança colide com a desconcertante complexidade dos acontecimentos. Com uma prosa sensível e envolvente que nos atrai para um mundo de vulnerabilidade infantil e solidão palpável, esta obra expõe a terrível crueldade do abandono.
Texto crítico
"Uma criança deixada em um posto de gasolina pelo pai. Uma criança sozinha com um velho muito velho em uma cabana miserável. Uma criança que não sabe muito sobre si mesma, além do próprio nome. Uma criança que precisa sobreviver.
Em Nó corrediço, sua estreia no gênero romance, Geanneti Tavares Salomon cria no leitor uma sensação de premência. Algo vai acontecer, o que vai acontecer, quando vai acontecer? A habilidade de narrar da autora gruda nossos olhos no texto. Queremos saber mais um pouco, avançamos uma página, depois outra e, quando o livro acaba, a sensação é de que existe uma narrativa que se segue para além da obra.
Na literatura, existem histórias que terminam com o livro. E existem outras que continuam a ser contadas de alguma forma dentro do leitor. Nó corrediço compõe o segundo grupo. O universo ficcional criado por Geanneti extrapola os limites do papel. A menina sozinha, abandonada pelo pai, a menina que não sabe quase nada sobre si, que precisa sobreviver, continua a existir quando fechamos o livro."
Maria Fernanda Elias Maglio, escritora
Sobre a autora
Geanneti Tavares Salomon nasceu em Belo Horizonte, é escritora, pesquisadora e professora. Estudou Letras na PUC Minas, onde também fez mestrado em Literaturas de Língua Portuguesa, tendo sua dissertação publicada em livro com o título Moda e Ironia em Dom Casmurro, Editora Alameda, em 2010. Em 2021, a obra ganhou sua edição inglesa, Editora Peter Lang, com o título Fashion and irony in Dom Casmurro. Pela UFMG, fez doutorado em Estudos literários, pesquisando o livro Bonequinha de luxo, do escritor estadunidense Truman Capote, e sua adaptação homônima para o cinema. É autora do livro de contos Tudo o que resta é tudo o que eu escondi , Editora Moinhos, 2019, e de artigos científicos, além de capítulos de livros acadêmicos. Atualmente, leciona em cursos de graduação e pós-graduação em Moda, Design, Arquitetura e Urbanismo e Comunicação, e cursos livres de escrita.
Fashion and irony in Dom Casmurro
(academic essay)
2021 - Peter Lang
This study brings us closer to understanding the relationship between fashion and literature. The book focuses on how the irony present in Machado de Assis’ Dom Casmurro is also evident in the fashion portrayed in the novel. It reveals that fashion can be seen from Machado’s perspective as a literary strategy while also participating in the construction of the characters in the plot of the narrative.
In the first appearance of the protagonist of Dom Casmurro, Capitu has simple ‘cloth shoes’ sewn by herself. In this little description by Machado, a whole world is hidden, in the same way that in each garment, costumes and props of the characters hide literary games – the games of light, shadow and irony that can be seen in the novel.
Through the descriptions of the garments, it is possible to perceive the first steps towards global capitalist expansion at the end of the nineteenth century, when consumer society was still forming. This book gives insight into Brazilian society in transition at the end of the nineteenth century, as observed by Machado de Assis.
Moda e ironia em Dom Casmurro
(ensaio acadêmico)
2010 - Editora Alameda
A escrita de Machado através do vestuário
Este livro mostra que a ambiguidade presente em Dom Casmurro, de Machado de Assis, marca da ironia do autor, também está presente na moda. Esse estudo, desenvolvido pela autora Geanneti Tavares Salomon, revela que a moda pode ser vista dentro da perspectiva de Machado como uma estratégia de criação literária ao passo que colabora na construção dos perfis das personagens idealizados e manipulados por ele em função da trama da narrativa. Além disso, Moda e ironia de Dom Casmurro contribui de forma ímpar para o entendimento da moda do século XIX.
O psicanalista inglês John Carl Flügel (1884-1955) dizia que o uso de roupas em seus aspectos psicológicos se assemelhava ao "processo pelo qual um sintoma neurótico se desenvolvia". Nada mais verdadeiro para Joaquim Maria Machado de Assis. Em seus romances, as roupas nos falam das personagens mais do que terapeutas. Elas são reflexos quase exatos de emoções ou características que certamente serão ou foram desenvolvidas pelo escritor. Assim, na primeira aparição da protagonista de Dom Casmurro, Capitu está com os sapatos simples de "duraque" costurados por ela mesma. Nessa pequena descrição de Machado esconde-se todo um mundo, da mesma maneira que em cada roupa, trajes e adereços das personagens ocultam as brincadeiras literárias, os jogos de luz, sombra e ironia do romance.
Moda e ironia em Dom Casmurro nos aproxima da relação entre moda e literatura. Através das descrições dos vestuários é possível perceber os primeiros passos da expansão capitalista global no final do século XIX, quando a sociedade de consumo ainda estava se formando. Geanneti Tavares Salomon traz para o leitor a sociedade brasileira em transição do final do século XIX observada pela capacidade incomparável de Machado de Assis.
Tudo o que resta é tudo o que eu escondi
2019 - Editora Moinhos - (Esgotado)
Tudo o que resta é tudo o que eu escondi é a primeira obra de ficção publicada por Geanneti Tavares Salomon, mas aqui está uma autora pronta. O livro é formado por duas narrativas que são ao mesmo tempo ligadas ao cotidiano das pessoas e à problematização estética dos arquivos literários. Passando pela crônica urbana belorizontina, os textos abordam questões como o ambientalismo, o capitalismo, as relações humanas, sempre com uma escrita agradável e elegante, havendo na moda um pano de fundo cerzido por mãos muito hábeis.A segunda parte do livro talvez lhe apresente, leitor, um narrador onisciente. Junto com a primeira parte, a obra forma um círculo harmônico. Um corpo andrógino, a criatura primordial. São duas faces olhando para histórias diferentes, mas que são a mesma história.*
(10) Passagens de desassossego. (5) Li Tudo o que resta é tudo o que eu escondi assim de uma vez. (4) Dias depois, conversei com a própria autora, no Instagram, sobre os dois contos – talvez novelas?, ou ainda um romance de duas faces? (8) A primeira história, dez fragmentos por vezes em torno de Benjamin F. Pessoa. (3) Com agulha, linha e um dedal, como um alfaiate, ou ainda como uma personagem (…) costurando (…). (1) A janela de vidro (…) com vazamentos. (2) Relatório: recebi, por e-mail, um convite para fazer a orelha do livro da Geanneti Tavares Salomon. (7) Ainda estou lendo o que está escondido; entre um arquivo e outro, foi Lucius quem ordenou a narrativa?
Rafael F. Belúzio